Percorremos a estrada por caminhos indefinidos. Eis que nos cruzamos, continuando a passo conjunto, trocando ideias, vivências, sentimentos, medos, alegrias...tudo o que vai cá dentro das entranhas...
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
domingo, 8 de novembro de 2009
"Agora mesmo, neste preciso instante, a tua alma criou de novo a oportunidade para que sejas, faças e tenhas tudo o que é preciso para saberes Quem Tu Realmente És.
A tua alma trouxe-te as palavras que estás a ler neste momento – como já antes te trouxe palavras de sabedoria e verdade.
Que vais fazer agora? Que decidirás ser?
A tua alma aguarda, e observa com interesse, como já tantas vezes o fez. "
A tua alma trouxe-te as palavras que estás a ler neste momento – como já antes te trouxe palavras de sabedoria e verdade.
Que vais fazer agora? Que decidirás ser?
A tua alma aguarda, e observa com interesse, como já tantas vezes o fez. "
in “Conversas com Deus – livro I” – Neale Donald Walsch
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Escrever...
"Escritor: não somente uma certa maneira especial de ver as coisas, senão também uma impossibilidade de as ver de qualquer outra maneira."
Carlos Drummond de Andrade
sábado, 10 de outubro de 2009
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
"Everything is a self-portrait. A diary. Your whole drug history’s in a strand of your hair. Your fingernails. The forensic details. The lining of your stomach is a document. The calluses on your hand tell all your secrets. Your teeth give you away. Your accent. The wrinkles around your mouth and eyes. Everything you do shows your hand. "
Chuck Palahniuk
quarta-feira, 29 de julho de 2009
Filhos de Deus
Hoje encontrei deus
E ele disse-me que era um filho dele,
Encontrei-o à saída
Da casa da mãe,
E ele repetiu,
Sou teu pai.
Já puxando as palavras,
Tortas disse-lhe que não:
Porque eu sou o homem,
Sou aquele homem por quem vocês passam
Todos, todos os dias.
Sou o jornaleiro
Que não lê as notícias que vocês compram.
Não distingo um ministro de um presidente,
Só como carne vermelha,
E putas baratas.
Não gosto de música,
Abomino os vossos livros,
Os vossos Saramagos
E Dostoievskys.
Voto no político mais fotogénico
E ainda penso que o cu não tem sexo.
Penso isso em silêncio,
Como todos vocês.
Faço a barba todos os dias
Elas queixam-se que pica,
Que lhes pica a rata.
E no final do dia
Deito-me e não rezo.
Custa mais, não custa?
O lubrificante do sono
Acaba por ser a certeza de que amanhã:
Vou vender as vossas notícias,
Não criticarei nenhum político,
Não lerei um único livro
Engordarei com vaca e batatas fritas,
Não encontrarei o amor de que tanto falam.
Nem o quero encontrar.
Vou acordar,
Fazer a barba
E à noite nem rezo.
Mas eu é que sou filho de deus.
E os outros?
E vocês?
Ele desliga a luz e fala
"Os outros são filhos da puta,
por fazerem tudo o que tu não fazes,
E à Noite:
Ainda rezam."
E ele disse-me que era um filho dele,
Encontrei-o à saída
Da casa da mãe,
E ele repetiu,
Sou teu pai.
Já puxando as palavras,
Tortas disse-lhe que não:
Porque eu sou o homem,
Sou aquele homem por quem vocês passam
Todos, todos os dias.
Sou o jornaleiro
Que não lê as notícias que vocês compram.
Não distingo um ministro de um presidente,
Só como carne vermelha,
E putas baratas.
Não gosto de música,
Abomino os vossos livros,
Os vossos Saramagos
E Dostoievskys.
Voto no político mais fotogénico
E ainda penso que o cu não tem sexo.
Penso isso em silêncio,
Como todos vocês.
Faço a barba todos os dias
Elas queixam-se que pica,
Que lhes pica a rata.
E no final do dia
Deito-me e não rezo.
Custa mais, não custa?
O lubrificante do sono
Acaba por ser a certeza de que amanhã:
Vou vender as vossas notícias,
Não criticarei nenhum político,
Não lerei um único livro
Engordarei com vaca e batatas fritas,
Não encontrarei o amor de que tanto falam.
Nem o quero encontrar.
Vou acordar,
Fazer a barba
E à noite nem rezo.
Mas eu é que sou filho de deus.
E os outros?
E vocês?
Ele desliga a luz e fala
"Os outros são filhos da puta,
por fazerem tudo o que tu não fazes,
E à Noite:
Ainda rezam."
Por Alfredo Mau
sexta-feira, 17 de julho de 2009
Bairro do Amor
No bairro do amor a vida e um carrossel
onde há sempre lugar para mais alguém
o bairro do amor foi feito a lápis de cor
pra gente que sofreu por não ter ninguém
No bairro do amor o tempo morre devagar
num cachimbo a rodar de mão em mão
no bairro do amor há quem pergunte a sorrir
será que ainda ca estamos no fim do Verão
Eh pá, deixa-me abrir contigo
desabafar contigo
falar-te da minha solidão
Ah, é bom sorrir um pouco
descontrair um pouco
eu sei que tu compreendes bem
No bairro do amor a vida corre sempre igual
de café em café, de bar em bar
no bairro do amor o sol parece maior
e há ondas de ternura em cada olhar
O bairro do amor é uma zona marginal
onde não há hotéis nem hospitais
no bairro do amor cada um tem de tratar
das suas nódoas negras sentimentais
Eh pá, deixa-me abrir contigo
desabafar contigo
falar-te da minha solidão
Ah, é bom sorrir um pouco
descontrair um pouco
eu sei que tu compreendes bem
onde há sempre lugar para mais alguém
o bairro do amor foi feito a lápis de cor
pra gente que sofreu por não ter ninguém
No bairro do amor o tempo morre devagar
num cachimbo a rodar de mão em mão
no bairro do amor há quem pergunte a sorrir
será que ainda ca estamos no fim do Verão
Eh pá, deixa-me abrir contigo
desabafar contigo
falar-te da minha solidão
Ah, é bom sorrir um pouco
descontrair um pouco
eu sei que tu compreendes bem
No bairro do amor a vida corre sempre igual
de café em café, de bar em bar
no bairro do amor o sol parece maior
e há ondas de ternura em cada olhar
O bairro do amor é uma zona marginal
onde não há hotéis nem hospitais
no bairro do amor cada um tem de tratar
das suas nódoas negras sentimentais
Eh pá, deixa-me abrir contigo
desabafar contigo
falar-te da minha solidão
Ah, é bom sorrir um pouco
descontrair um pouco
eu sei que tu compreendes bem
Jorge Palma
terça-feira, 7 de julho de 2009
No man is normal, perfect — this is true.
No man is normal, perfect — this is true. A normal man were a man incapable of being affected by disease. For every disease (as I think) predisposition is necessary, a predisposition of the organism to disease. The degree of predisposition is the degree of abnormality. Every disease supposes predisposition to it, even as every real thing supposes its own personality, since it is real.
Fernando Pessoa
Não porque os deuses findaram, alva Lídia, choro...
Mas porque nas bocas de hoje os nomes sobrevivem
Mortos apenas, como nomes em pedras sepulcrais.
Por isso, Lídia, lamento
Que Vénus em bocas cristãs seja uma palavra dita,
Que Apolo seja um nome que usam quantos
Sequentes de Cristo — e a crença lúcida
Nos deuses puramente deuses,
Tenha passado e ficado, cinza do que era fogo,
Lama do que era água reflectindo as árvores,
Tronco morto do que dava fruto e florescia.
Mas se choro, não creio
Menos que ainda existo, como existem os deuses
Mas porque nas bocas de hoje os nomes sobrevivem
Mortos apenas, como nomes em pedras sepulcrais.
Por isso, Lídia, lamento
Que Vénus em bocas cristãs seja uma palavra dita,
Que Apolo seja um nome que usam quantos
Sequentes de Cristo — e a crença lúcida
Nos deuses puramente deuses,
Tenha passado e ficado, cinza do que era fogo,
Lama do que era água reflectindo as árvores,
Tronco morto do que dava fruto e florescia.
Mas se choro, não creio
Menos que ainda existo, como existem os deuses
Ricardo Reis
in Odes
in Odes
domingo, 28 de junho de 2009
I cried for You
I remember other days, how I used to weep
Over things you said to me, I couldn't even sleep
You forgot your promises ev'ry single vow
All you did was laugh at me but things are diff'rent now
I cried for you
Now it's your turn to cry over me
Ev'ry road has a turning
That's one thing you're learning
I cried for you
What a fool I used to be
Now I found two eyes just a little bit bluer
I found a heart just a little bit truer
I cried for you
Now it's your turn to cry over me
How can I forget the hours that I worried through
Wondering the live-long day just what next thing to do
In those days you never thought anything of me
But the slave that was all yours and now at last is free
I cried for you
Now it's your turn to cry over me
Ev'ry road has a turning
That's one thing you're learning
I cried for you
What a fool I used to be
Now I found two eyes just a little bit bluer
I found a heart just a little bit truer
I cried for you
Now it's your turn to cry over me
Over things you said to me, I couldn't even sleep
You forgot your promises ev'ry single vow
All you did was laugh at me but things are diff'rent now
I cried for you
Now it's your turn to cry over me
Ev'ry road has a turning
That's one thing you're learning
I cried for you
What a fool I used to be
Now I found two eyes just a little bit bluer
I found a heart just a little bit truer
I cried for you
Now it's your turn to cry over me
How can I forget the hours that I worried through
Wondering the live-long day just what next thing to do
In those days you never thought anything of me
But the slave that was all yours and now at last is free
I cried for you
Now it's your turn to cry over me
Ev'ry road has a turning
That's one thing you're learning
I cried for you
What a fool I used to be
Now I found two eyes just a little bit bluer
I found a heart just a little bit truer
I cried for you
Now it's your turn to cry over me
sexta-feira, 26 de junho de 2009
you are welcome to elsinore
Entre nós e as palavras há metal fundente
entre nós e as palavras há hélices que andam
e podem dar-nos morte violar-nos tirar
do mais fundo de nós o mais útil segredo
entre nós e as palavras há perfis ardentes
espaços cheios de gente de costas
altas flores venenosas portas por abrir
e escadas e ponteiros e crianças sentadas
à espera do seu tempo e do seu precipício
Ao longo da muralha que habitamos
há palavras de vida há palavras de morte
há palavras imensas, que esperam por nós
e outras, frágeis, que deixaram de esperar
há palavras acesas como barcos
e há palavras homens, palavras que guardam
o seu segredo e a sua posição
Entre nós e as palavras, surdamente,
as mãos e as paredes de Elsenor
E há palavras nocturnas palavras gemidos
palavras que nos sobem ilegíveis à boca
palavras diamantes palavras nunca escritas
palavras impossíveis de escrever
por não termos connosco cordas de violinos
nem todo o sangue do mundo nem todo o amplexo do ar
e os braços dos amantes escrevem muito alto
muito além do azul onde oxidados morrem
palavras maternais só sombra só soluço
só espasmo só amor só solidão desfeita
Entre nós e as palavras, os emparedados
e entre nós e as palavras, o nosso dever falar
entre nós e as palavras há hélices que andam
e podem dar-nos morte violar-nos tirar
do mais fundo de nós o mais útil segredo
entre nós e as palavras há perfis ardentes
espaços cheios de gente de costas
altas flores venenosas portas por abrir
e escadas e ponteiros e crianças sentadas
à espera do seu tempo e do seu precipício
Ao longo da muralha que habitamos
há palavras de vida há palavras de morte
há palavras imensas, que esperam por nós
e outras, frágeis, que deixaram de esperar
há palavras acesas como barcos
e há palavras homens, palavras que guardam
o seu segredo e a sua posição
Entre nós e as palavras, surdamente,
as mãos e as paredes de Elsenor
E há palavras nocturnas palavras gemidos
palavras que nos sobem ilegíveis à boca
palavras diamantes palavras nunca escritas
palavras impossíveis de escrever
por não termos connosco cordas de violinos
nem todo o sangue do mundo nem todo o amplexo do ar
e os braços dos amantes escrevem muito alto
muito além do azul onde oxidados morrem
palavras maternais só sombra só soluço
só espasmo só amor só solidão desfeita
Entre nós e as palavras, os emparedados
e entre nós e as palavras, o nosso dever falar
Mário Cesariny
domingo, 21 de junho de 2009
"I live in the space between chaos and shape. I walk the line that continually threatens to lose its tautness under me, dropping me into the dark pit where there is no meaning. At other times the line is so wired that it lights up the soles of my feet, gradually my whole body, until I am my own beacon, and I see then the beauty of newly created worlds, a form that is not random. A new beginning."
Jeanette Winterson
"O problema da sobrevivência das obras literárias e dos elementos permanentes da literatura é, afinal, um problema muito simples. Toda a vida é adaptação ao ambiente, e toda a morte inadaptação ao mesmo."
Fernando Pessoa
in "Heróstrato"
E as entranhas hoje foram
-Escritores-,
Fernando Pessoa
quarta-feira, 17 de junho de 2009
Paixão
A vida ou é paixão ou não interessa,
tudo o mais é somente imitação
e, por mais que dês voltas à cabeça,
não acharás outra razão
que dê sentido a esta caminhada
de aparente rumo ao nada.
Apenas a paixão sabe explicar
o que não tem qualquer explicação:
esta urgência de se dar
sem supor compensação.
tudo o mais é somente imitação
e, por mais que dês voltas à cabeça,
não acharás outra razão
que dê sentido a esta caminhada
de aparente rumo ao nada.
Apenas a paixão sabe explicar
o que não tem qualquer explicação:
esta urgência de se dar
sem supor compensação.
Torquato da Luz
segunda-feira, 15 de junho de 2009
True Reflections
René Magritte
When you look into a mirror
Do you like what's looking at you?
Now that you've seen your true reflections
What on earth are you gonna do?
Find some inspiration
It's down deep inside you
Amend your situation, yeah
Your whole life is ahead of you
Your whole life is ahead of you
Remember the time you hung out with the boys, now
Remember the things you used to say
I thought by now you'd be the president
But after all that was yesterday
But you've had time to go out in the world now
But you chose to run away
Well, people ask you what you're doing now
You don't even know what to say
Find some inspiration
It's down deep inside you
Amend your situation, yeah
Your whole life is ahead of you
Your whole life is ahead of you
Find some inspiration (yeah)
It's down deep inside you
Amend your situation, yeah
Your whole life is ahead of you
Your whole life is ahead of you
You think your life is like a movie
Where it all works out in the end
I think your life is like a desert
Where does it go, where does it begin?
When you look into a mirror
(When you look into a mirror)
Do you like what's looking at you?
(Do you like it?)
Now that you've seen your true reflection
What on earth are you gonna do?
Find some inspiration
It's down deep inside you
Amend your situation, yeah
Your whole life is ahead of you
Your whole life is ahead of you
Find some inspiration (yeah)
It's down deep inside you
Amend your situation, yeah
Your whole life is ahead of you
Your whole life is ahead of you
Find some inspiration
It's down deep inside you
Dave Matthews Band
E as entranhas hoje foram
-Música-,
-Músicos-,
-Pintores-
sábado, 13 de junho de 2009
quarta-feira, 10 de junho de 2009
Que Importa?...
Eu era a desdenhosa, a indiferente.
Nunca sentira em mim o coração
Bater em violências de paixão,
Como bate no peito à outra gente.
Agora, olhas-me tu altivamente,
Sem sombra de desejo ou de emoção,
Enquanto as asas loiras da ilusão
Abrem dentro de mim ao sol nascente.
Minh'alma, a pedra, transformou-se em fonte;
Como nascida em carinhoso monte,
Toda ela é riso, e é frescura e graça!
Nela refresca a boca um só instante...
Que importa?... se o cansado viandante
Bebe em todas as fontes... quando passas?...
Florbela Espanca
segunda-feira, 8 de junho de 2009
Elderly Woman Behind The Counter in a Small Town
I seem to recognize your face
Haunting, familiar, yet I cant seem to place it
Cannot find the candle of thought to light your name
Lifetimes are catching up with me
All these changes taking place,
I wish Id seen the place
But no ones ever taken me
Hearts and thoughts they fade, fade away...
I swear I recognize your breath
Memories like fingerprints are slowly raising
Me you wouldnt recall, for
Im not my former
Its hard when youre stuck upon the shelf
I changed by not changing at all, small town predicts my fate
Perhaps thats what no one wants to see
I just want to scream...hello...
My God its been so long, never dreamed youd return
But now here you are, and here I am
Hearts and thoughts they fade...away...
Hearts and thoughts they fade, fade away...
Hearts and thoughts they fade...away...
Hearts and thoughts they fade, fade away...
Hearts and thoughts they fade...
Pearl Jam
quarta-feira, 3 de junho de 2009
terça-feira, 2 de junho de 2009
Via Atri nº25 2º Piano Int. 12
sábado, 23 de maio de 2009
terça-feira, 19 de maio de 2009
Life will break you. Nobody can protect you from that, and living alone won’t either, for solitude will also break you with its yearning. You have to love. You have to feel. It is the reason you are here on earth. You are here to risk your heart. You are here to be swallowed up. And when it happens that you are broken, or betrayed, or left, or hurt, or death brushes near, let yourself sit by an apple tree and listen to the apples falling all around you in heaps, wasting their sweetness. Tell yourself you tasted as many as you could.
Louise Erdrich
quinta-feira, 14 de maio de 2009
terça-feira, 12 de maio de 2009
domingo, 10 de maio de 2009
Love is passion, obsession, someone you can’t live without. If you don’t start with that, what are you going to end up with? Fall head over heels. I say find someone you can love like crazy and who’ll love you the same way back. And how do you find him? Forget your head and listen to your heart. I’m not hearing any heart. Run the risk, if you get hurt, you’ll come back. Because, the truth is there is no sense living your life without this. To make the journey and not fall deeply in love - well, you haven’t lived a life at all. You have to try. Because if you haven’t tried, you haven’t lived.
William Parrish, Meet Joe Black
sábado, 9 de maio de 2009
"Não sei se pelos olhos, se pelo modo de andar, quase como quem dança, um pouco curvada para trás para realçar o busto e a cintura, se pelas faces ligeiramente encovadas, o sorriso, o riso, uma certa contracção das comissuras dos lábios. Tanto te chegas como te esquivas, estás e não estás, dás e recusas. Não sei se por tudo isto, se por algo que não se explica. Sei que quando me tocas a batida da terra coincide com a do meu próprio coração.
Um para o outro, diz Rosário, minha mãe, dizem todos, até o padre, mas esse, como já se viu, é mais do que suspeito. Às vezes ainda lá vou à confissão, nunca manda fazer penitência, nem Padre-nossos, nem Avé-Marias, nada. Nem sequer para os pecados da carne. A carne não tem pecados, diz, os pecados são da alma.
- E a penitência, Padre Júlio?
- Penitentes somos nós todos.
E mais não diz."
Um para o outro, diz Rosário, minha mãe, dizem todos, até o padre, mas esse, como já se viu, é mais do que suspeito. Às vezes ainda lá vou à confissão, nunca manda fazer penitência, nem Padre-nossos, nem Avé-Marias, nada. Nem sequer para os pecados da carne. A carne não tem pecados, diz, os pecados são da alma.
- E a penitência, Padre Júlio?
- Penitentes somos nós todos.
E mais não diz."
"A Terceira Rosa" - Manuel Alegre
segunda-feira, 4 de maio de 2009
domingo, 3 de maio de 2009
apagam-se luzes na ágora
não sei do caminho que me leva à biblioteca de Serai
não sei da fotografia de Susan ou dos bandos de corvos desolados
apagam-se luzes
foguetes reflectem-se na córnea
perfuram o cristalino a retina os tímpanos cravam-se no peito
no entanto
não sinto o cheiro da pólvora o humor dos mortos
não me fere o silvo dos detritos arrastados por vagas de pressão
não se me esmaga o arcaboiço
não ensurdeço
não sufoco
não sei o qué o pavor nem a assolação
estou faminta
nunca me saciaram a alma ou negaram refúgio
detalhe arrogante fútil e inútil
quando se apagam luzes na ágora
rui a biblioteca do palácio
não encontro a fotografia de Susam desolada nos destroços
não ouso o crocitar dos corvos
o fôlego da brisa nas tamareiras
as cordas da pandora.
Cláudia Santos Silva in "Criatura n3"
segunda-feira, 27 de abril de 2009
quinta-feira, 23 de abril de 2009
just jump!
domingo, 19 de abril de 2009
..maybe...
sexta-feira, 17 de abril de 2009
When I get lonely these days, I think: So BE lonely, Liz. Learn your way around loneliness. Make a map of it. Sit with it, for once in your life. Welcome to the human experience. But never again use another person’s body or emotions as a scratching post for your own unfulfilled yearnings.
Elizabeth Gilbert - Eat, Pray, Love
Here’s to the crazy ones. The misfits. The rebels. The troublemakers. The round pegs in the square holes. The ones who see things differently. They’re not fond of rules and they have no respect for the status quo. You can quote them, disagree with them, glorify or vilify them. But the only thing you can’t do is ignore them. Because they change things. They push the human race forward. And some may see them as the crazy ones, we see genius. Because the people who are crazy enough to think they can change the world are the ones who do.
Jack Kerouac
Maybe one day...
segunda-feira, 13 de abril de 2009
"I think we ought to read only the kind of books that wound and stab us. If the book we are reading doesn’t wake us up with a blow on the head, what are we reading it for? …we need the books that affect us like a disaster, that grieve us deeply, like the death of someone we loved more than ourselves, like being banished into forests far from everyone, like a suicide. A book must be the axe for the frozen sea inside us."
Franz Kafka
domingo, 12 de abril de 2009
"(....)Um caminho pensado é um percurso com destinação; um pensar que não caminha vê-se artificiosamente provado não apenas do seu contorno de constituição, mas também do horizonte para que se projecta, e que o prolonga no registo pratico.(....)"
José Barata-Moura
E as entranhas hoje foram
-Escritores-,
-Filósofos-
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