De sonho e assalto
Subindo ao teu corpo real
Recordo-te
E és a mesma
Ternura quase impossível
De suportar
Por isso fecho os olhos
(O amor faz-me recuperar incessantemente o poder da provocação. É assimque te faço arder triunfalmente onde e quando quero. Basta-me fechar os olhos)
Por isso fecho os olhos
E convido a noite para a minha cama
Convido-a a tornar-se tocante
Familiar concreta
Como um corpo decifrado de mulher
E sob a fonte desejada
A noite deita-se comigo
E é a tua ausência
Nua nos meus braços
*
Experimento um grito
Contra o teu silêncio
Experimento um silêncio
Entro e saio
De mãos pálidas nos bolsos
Assobio às pequenas esperanças
Que vêm lamber-me os dedos
Perco-me no teu retrato
Horas seguidas
E ao trote do ciúme deito contas
Deito contas à vida.
Alexandre O´Neill
3 comentários:
o nosso problema, muitas vezes, é quando nos desprendemos do real e criamos algo que pode existir ou nao.
para quê vivermos na incerteza, sermos tristes e viver eternamente agonizados, quando as respostas estão à nossa frente? porquê ter medo de as enfrentar? doi mais viver na ilusao do que ter certezas e ultrapassá-las com força e toda a garra que temos e mostrar aos outros "toma!consegui!n preciso das ilusoes que me fizeste criar!"
beijao grande miuda que tanto gosto*
Simplesmente brutal! Daqueles poemas que quando lidos não dá para não abrir o mail e não o mandar a alguém. Lindo lindo lindo. Muito obrigada por este orgasmo cerebral que acabaste de me dar.
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